quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Chuva provoca atrasos e perdas na construção civil

“A chuva é boa para a lavoura, mas um desastre para a construção civil.” 

A frase, de Jackson Câmara, diretor comercial da construtora Agmar, reflete o sentimento generalizado dos empresários do setor, que sofrem com a chuva ininterrupta na capital Mineira desde dezembro. As águas acumuladas nos canteiros de obras trazem impactos negativos em toda a cadeia da construção: o início da obra atrasa, o trabalho externo e em fachadas fica paralisado, a mão de obra precisa ser remanejada para outros serviços, alguns produtos perdem o prazo de validade e, por fim, o prazo do término da construção é adiado. 
A chuva sem trégua das últimas semanas pode trazer prejuízos de até 5% no custo das obras, dependendo do número de funcionários e tamanho do empreendimento, segundo empresários do setor. 

“O impacto da chuva é diferente nas obras, dependendo da etapa em que cada uma está. De qualquer forma, traz sempre atrasos”, afirma Bráulio Franco Garcia, diretor da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Todos os serviços externos, diz, como área de lazer, passeio, garagem descoberta e circulação, são impedidos. “E outras fases, como a fundação e a contenção de muros, não podem ser feitas com chuva de jeito nenhum. A nossa previsão era de que o tempo fosse melhorar na primeira quinzena de dezembro, mas isso não aconteceu”, observa Garcia. 

construtora Diniz Camargos produziu a metade do planejado em dezembro em algumas obras. “E, em janeiro, não estamos conseguindo fazer nem a metade”, diz o diretor da empresa, Teodomiro Diniz Camargos. A construtora está preparando a fachada de duas torres residenciais no Bairro Luxemburgo, que não podem ser concluídas devido à chuva. “Há uma conexão direta entre os dias parados e o atraso na obra. E os serviços externos são os mais prejudicados com a água”, observa Camargos. Ele pretende iniciar uma obra no bairro Santo Agostinho, mas já definiu o mês: março. “É suicídio começar nesta chuva. Aumenta o custo de produção e a segurança dos trabalhadores é afetada”, diz. Camargos revela que outras áreas das obras também são afetadas pela precipitação. “A impermeabilização do piso, por exemplo, precisa de três dias secos para ser feita. Tivemos uma parede de gesso do último andar de um edifício que precisou ser refeita, pois estragou com a chuva”, afirma o empresário. 

 A segurança dos trabalhadores é outro ponto que precisa ser avaliado no período de chuvas, destaca Márcia Santos, supervisora de obras da EPO Engenharia, focada em edifícios comerciais e residenciais de alta renda. “As aberturas de fundações profundas e a terraplenagem, por exemplo, têm que ser paralisadas nesta época”, diz Márcia. A construtora tem seis obras para serem iniciadas depois do período chuvoso. “Se não fosse o tempo, as obras já teriam começado”, diz. Ela afirma que a construtora costuma fazer planejamento para o período chuvoso, com foco maior na obra da parte interna das edificações. “Mas neste ano a chuva está acima do esperado e prejudica até a parte interna. O reboco e a pintura, por exemplo, estão demorando mais para secar”, diz Márcia. PERDAS O consumo de materiais nas obras também é afetado com a chuva. “O cimento, por exemplo, é perecível. É recomendado que seja usado em prazo de 30 dias, pois absorve a umidade do ar. Quando fica sem uso, endurece”, explica Garcia, do Sinduscon. A madeira e o tijolo também podem estragar e a areia costuma ser levada pela enxurrada. “Estamos tendo que tomar providências para minimizar o prejuízo, como colocar lonas para proteger os materiais e impermeabilizar o solo das áreas descobertas”, ressalta Garcia. 

FONTE: www.em.com.br 
Publicação: 11/01/2012 06:00 Atualização: 11/01/2012 07:14 http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2012/01/11/internas_economia,271681/chuva-provoca-atrasos-e-perdas-na-construcao-civil.shtml

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